Muita gente acha que estão somente passando o tempo ali, mas jogar baralho e jogos de tabuleiro pode ser fundamental para os idosos. Isso porque ajuda a estimular a memória de curto prazo, bem como o raciocínio lógico. Entenda melhor como isso acontece.
Benefícios do baralho e jogos de tabuleiro para idosos
Um estudo publicado pela BMJ Journals mostra que “jogadores de jogos de tabuleiro têm um risco 15% menor de desenvolver demência do que os não jogadores”, isso porque reduz o declínio cognitivo e a depressão em idosos. Foram 20 anos de estudo, com 3675 participantes, ocorrido na França.
A PUC Rio também trata do tema, em sua revista, afirmando que “os efeitos do envelhecimento no cérebro podem ser retardados por manter a função cognitiva ativa e, especificamente, através do aprendizado contínuo”. E é exatamente aí que entram os jogos, que, de acordo com a instituição, podem “ajudar os idosos a continuar aprendendo e manter a função cerebral”.
Entre alguns dos jogos mais escolhidos entre os idosos estão o baralho e jogos de tabuleiro, sendo eles muito diversos. Há vários tipos de jogos com baralho, seja sozinho ou em grupo, mais comportado ou completamente barulhento (alguém gritou “truco!”?). O mesmo acontece com os jogos de tabuleiro, ou seja, sempre tem algo que sirva, para todos os tipos de personalidade.
Jogos de baralho
É bastante comum encontrar idosos jogando baralho, seja em casas de repouso ou nas vizinhanças. Isso pode ser sozinho, com jogos como a paciência, ou acompanhados por familiares ou amigos. Sabia que isso vai além de uma simples distração? O jogo de cartas ajuda a estimular a memória, cria novas ligações neurais e também o raciocínio lógico.
Por exemplo, se você vai jogar canastra, buraco ou similares tem que prestar muita atenção no que cada um coleta na mesa (lixo) e o que descarta, criando estratégias para atrapalhar as próximas jogadas. Ao mesmo tempo, tem também que tentar disfarçar para que o seu marcador não perceba seu jogo e ainda seguir sua estratégia para vencer. Um tremendo exercício!
Certamente, a cada nova jogada – que é única e não se repete, dada a aleatoriedade do jogo – é um novo estímulo e uma nova forma de pensar a partida. Em outras palavras, uma bomba de estímulos para a mente, melhorando a memória de curto prazo e obviamente, o raciocínio lógico do idoso.
Opções de jogos de tabuleiro
Os jogos de tabuleiro também têm seu espaço, seja o clássico xadrez, até outros como aqueles em que tem que controlar dinheiro ou exércitos. Há também opções para quem gosta de interagir mais e atuar, desvendando aventuras pelo RPG. Independente da escolha, todos são excelentes para o cérebro.
Isso porque os jogos atuam em duas frentes principais: desenvolvimento cognitivo e motor, alem da interação social. Com isso, estimula a memória, busca por solucionar problemas, concentração e coordenação motora fina. Outro ponto positivo é a interação proveniente dos momentos compartilhados em volta do tabuleiro. Veja alguns dos jogos mais conhecidos.
Monopoly e afins
Em jogos de tabuleiro que exigem estratégia e decisões rápidas, o cérebro fica sob alerta total, tendo diversas áreas estimuladas. Tudo isso com a simulação de algo que fala profundamente com o cérebro – dinheiro (e consequente sobrevivência). Claro que se está falando de dinheiro de mentira, mas quem lembra disso durante a partida?
Controlar como irá gastar ou investir o dinheiro no jogo, à medida em que as opções forem dadas pelo tabuleiro pode ajudar muito. Isso porque o hipocampo e o córtex pré-frontal (que ajudam na filtragem dos pensamentos e ações, além da tomada de decisão) são extremamente estimulados. Eles também ajudam na construção da memória, pensamentos e associações cognitivas.
War e afins
Jogos como o War – que significa “guerra”, em inglês – podem ajudar na estratégia de longo prazo, sendo um pouco diferente do anterior. Isso porque em jogos de controle de dinheiro, você toma decisões principalmente à medida em que o jogo segue. Já no War, você tem seu objetivo logo no início da partida e pode definir onde atacar e proteger, antes de colocar as peças. Estimulando também outras áreas do cérebro.
Além disso, é necessária uma readequação da estratégia a cada território perdido ou conquistado, além da escolha entre atacar ou reforçar a segurança. Além do seu próprio jogo, tem também que tentar entender o que os outros estão buscando e, obviamente, atrapalhar. Quer o melhor? Existem tabuleiros com diversas temáticas, desde o Império Romano, a Vickings e muitos outros.
RPG
Agora, se a ideia é fazer uma batalha épica, com representações, interação e a necessidade de muita interpretação para vencer, certamente o Real Playing Game (RPG) é a melhor opção. Nele, haverá um mestre que narra e direciona a aventura, enquanto os outros jogadores representam personagens através de fichas de poderes para enfrentar os obstáculos do caminho. Excelente para aqueles que gostam de histórias medievais e aventuras.
De forma simples, o RPG é uma narrativa que pode ser adaptada a cada público através dos mais diversos sistemas disponíveis, como por exemplo, o Old Dragon, que é brasileiro e gratuito. Claro que não se pode deixar de falar do famoso D&D (Dangeons and Dragons), que inclusive virou desenho, chamado de Caverna do Dragão, no Brasil. Entenda melhor como funciona e adapte para o seu grupo:
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