Mulher descobre câncer de mama e gravidez na mesma consulta





Em uma das fases mais difíceis e delicadas da sua vida, essa mulher descobriu que seria mãe. Na mesma consulta, ela teve a excelente notícia de que estava grávida, mas também de que estava com um nódulo maligno na mama. Como proceder em um caso assim?

De acordo com um estudo publicado na revista científica BJHBS, os casos de câncer de mama em gestante são muito raros, variando entre 1 a cada 3000 e 1 a cada 10.000 casos. Porém, são também muito impactantes na vida dessas mulheres, pois traz muita angústia, dúvidas e apreensão durante o processo.

Para os profissionais envolvidos, também pode ser complicado lidar com a situação, pois “a condução do caso frequentemente gera dificuldades e angústia para a gestante, sua família e para os profissionais de saúde envolvidos, em função do dilema criado entre a terapia ideal para a mãe e o bem-estar do feto”. Felizmente, para Patrícia deu tudo certo.

Câncer e gravidezMulher descobre câncer de mama e gravidez na mesma consulta entendaCrédito: Arquivo pessoal

Patrícia Maria Marinho foi diagnosticada com câncer de mama aos 32 anos de idade. Para deixar o quadro mais complexo, ela descobriu também que estava grávida. Então, o que fazer? Continuar a gestação e oferecer riscos ao bebê ou deixar de fazer a terapia e esperar pelo melhor? Ela buscou a opinião de diversos especialistas antes de tomar a sua decisão.

No primeiro, ela teve a terrível informação de que provavelmente seu bebê poderia sofrer mal formação ou até um aborto espontâneo. Além disso, ela teria dificuldade para engravidar novamente e sua menopausa seria adiantada. Como se não bastasse, disse também que as chances de complicações eram grandes.

Não satisfeita, procurou outros profissionais, que disseram estar tudo ok, que seria difícil, até arriscado, mas com grandes chances de dar certo. E foi então o que ela e seu marido decidiram fazer. Mantiveram a gestação, com acompanhamento constante para ver como estava o desenvolvimento do bebê.





TratamentoMulher descobre câncer de mama e gravidez na mesma consulta o que houveCrédito: Arquivo pessoal

Ela precisava fazer o tratamento, como proceder então? Se demorasse muito, poderia ocorrer a metástase, deixando mãe e filho com maiores problemas. Porém, como a gestação estava apenas no primeiro mês, época em que a parte neurológica se forma, havia riscos para o feto se feito o tratamento.

A família e o médico decidiram então aguardar os três primeiros meses para começar a quimioterapia, pois a evolução estava bem lenta. Assim, quando começaram o processo, o tumor tinha cerca de 5 centímetros, sem se irradiar tanto nem atingir a corrente sanguínea. Foram 4 sessões a cada 21 dias, reduzindo a quantidade depois.

Por mais que Patrícia não apresentasse enjoo ou outros incômodos, ela acabou tendo outro problema. Sem relação com a gestação, tratamento ou o câncer, ela desenvolveu outra doença, a síndrome de Hellp, que atinge o fígado, pressão arterial e imunidade. Assim, ela teve que adiantar o parto.

Seu bebê nasceu com 29 semanas de gestação e passou 45 dias no hospital. Patrícia ficou lá por 15 deles, também em tratamento. Depois desse período, o recém-nascido foi para casa e está se desenvolvendo muito bem, com o amor e cuidado da mamãe, praticamente curada. Patrícia fará uma cirurgia para retirar parte do seio e está confiante.

Durante todo esse processo, ela teve o apoio e orientação de uma equipe de psicólogos, para lidar com as complicações. Ela tinha medo de morrer, sentia muita tristeza e incerteza com relação ao futuro. Durante a terapia, ela encontrou o equilíbrio necessário para lidar com a situação e hoje aproveita cada minuto com seu pequeno guerreiro.

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