Uma pesquisa revolucionária, que pode ser o caminho para a cura do câncer, sem tanto sofrimento e efeitos colaterais, foi desenvolvida por brasileiros. De caráter inicialmente teórico, a pesquisa para a Cart-cell terapia tinha apenas caráter exploratório, até se tornar uma promissora técnica de cura do câncer. E foi o que salvou a vida de um brasileiro.
Diante de uma leve tendência atual ao pensamento anticientificista – com a turma anti-vacina ou que acredita na terra plana – é bom entender o que é pesquisa científica. Para que tenha caráter científico, há uma série de regras estabelecidas, metodologias e processos obrigatórios. Por isso requer maiores investimentos e gera credibilidade.
De acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa SP (FAPESP), “a pesquisa científica básica, aquela que gera conhecimentos que não têm necessariamente aplicação imediata, é muitas vezes entendida como uma atividade ociosa e onerosa. Esquece-se que o conhecimento básico de hoje será o conhecimento aplicado de amanhã”.
Novo tratamento brasileiro pode ser solução contra o câncer
Com 62 anos e um linfoma em estágio avançado, já nos ossos, Vamberto Luiz de Castro tinha que tomar doses máximas de morfina. Já tinha tentado a quimioterapia, radioterapia, mas o câncer era muito agressivo e avançou, sem sucesso no tratamento. Aposentado, poderia estar aproveitando a melhor idade, mas sofria com uma doença que não queria recuar.
Foi então que ele, já hospitalizado e sem conseguir andar, fazendo tratamentos paliativos, tinha sido avisado que teria no máximo mais um ano de vida. Isso entre dores, em uma cama, sem conseguir se locomover muito bem. Foi então que ficou sabendo de um protocolo de pesquisa, onde poderia se candidatar para um novo tratamento brasileiro contra o câncer.
Depois de pesar os riscos, que poderiam ser desde nenhum resultado até mesmo a morte – já que estava em caráter experimental – ele passou a fazer parte da pesquisa. Vamberto seria então o primeiro paciente a testar o novo método, desenvolvido no Brasil, com base em uma pesquisa estadunidense, a Cart-cell.
O procedimentoCrédito: Facebook
O tratamento é fruto de um estudo realizado pela equipe composta por pesquisadores da USP, com apoio da FAPESP e CNPq. É uma técnica totalmente nacional, com base em estudos anteriores com Cart-cell, que só reforça a importância da ciência para o dia a dia. O Centro de Terapia Celular onde foi aplicado já confirma a remissão da doença.
A ideia central da Cart-cell é manipular geneticamente células de defesa do organismo, para que assim ela ataque o tipo de câncer específico – e somente ele. Para isso, utilizam vírus com DNA modificado e o inoculam (in vitro) em glóbulos brancos do paciente. Em seguida, é feito o aumento dos glóbulos modificados para reintrodução no organismo.
Para evitar reação, os médicos devem reduzir a imunidade do paciente, que deve ser feito com acompanhamento em total isolamento do meio, no hospital. Quando o organismo já não tem tanta chance de reagir aos glóbulos brancos modificados, eles são inseridos na corrente sanguínea e passam a combater o tumor específico.
E foi o que aconteceu com Vamberto, com sucesso. Em apenas quatro dias, ele deixou de sentir as dores que o obrigavam a utilizar morfina diariamente. E com mais três dias, já estava andando novamente. Todos os nódulos linfáticos foram destruídos, sem sinal do câncer. Um caso de sucesso, que ainda deve ser repetido mais 9 vezes, para que possa ser aprovado comercialmente.
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